sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para descansar a alma

Arranje um cantinho sossegado e uma almofada gostosa. Acenda um incenso de sândalo. Sente-se com as costas bem retas. Coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas para cima e balance o corpo lentamente da esquerda para a direita, de movimentos maiores a movimentos menores, como um pêndulo, até encontrar o centro de equilíbrio do corpo.

Pare aí. Inspire profundamente e solte o ar lenta e completamente pela boca. Relaxe os ombros. Inspire novamente e solte o ar pela boca. Então cerre os lábios, coloque a ponta da língua no céu da boca e respire pelas narinas. Mantenha os olhos entreabertos, apenas pousados a sua frente.

Ouça todos os sons. Sinta todas as fragrâncias. Perceba o ar, a temperatura em sua pele. Você está pensando? Ou não está pensando? Verifique sua postura. Costas eretas. Cabeça como se um fio puxasse para o céu. Pernas firmes pela força da gravidade. Não julgue. Nem certo nem errado, nem bonito nem feio. Seja. Apenas sentar. Intersendo com tudo que existe. Que bom estar viva. Este instante aqui e agora é o céu e a terra. Isso é tudo. Tudo é nada.

(Monja Coen)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

do que sentirei falta (em belo horizonte) [4]

milton e/ou björk

Artista Zezão é detido por grafitar muro na região da Luz, em SP

"por ele nao possuir nenhuma autorizacao daquele... para realizar o que ele diz trabalho de arte, entao ele foi enquadrado na lei 9605, no artigo 65, no qual pixar e grafitar monumento e edificacao publica, com detencao de 3 meses a 1 ano... isso ai vai ser encaminhado ao jecrim [juizado especial criminal], e vai entrar na pauta, ele vai ser intimado a comparecer para audiencia"

jose mauricio de macedo schimmelpfeng, delegado da 2a dp de sao paulo

O sexo virtual pode ser aceito num futuro próximo?

"Acredito que cada vez mais pessoas farão sexo virtual. Muitos alegam que não tem sentido fazer sexo com uma máquina. Entretanto, inúmeros relatos indicam que as sensações físicas experimentadas são tão reais quanto as de um relacionamento não-virtual. A ausência do encontro face a face e de contato físico não implica a exclusão radical do corpo: ainda que sem acesso ao corpo do parceiro, cada um dos envolvidos tem um corpo que sente, sofre, se emociona e goza.

Alguns autores sustentam que os amores virtuais não devem ser entendidos como amores incompletos, artificiais, desviantes, menores, e sim como amores plenos, ainda que de um tipo novo e estranho. A história do amor é a de uma sucessão de artifícios e o sexo virtual é mais um, tão artificial quanto todos os outros. Contudo, nessa área as mudanças são inimagináveis. O sexo virtual que se faz hoje é pouco perto do que a evolução da tecnologia vai proporcionar."

(Regina Navarro Lins, disponível em , 28/12/2010, 20h00)

domingo, 26 de dezembro de 2010

natal


feliz natal atrasado a tod@s!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

do que sentirei falta (em belo horizonte) [3]

da raila (gaucha de origem, mineira de nascimento e excelência)
e de todas as pessoas que conheci através dela

(video incidental: 90% do tempo que passei com ela foi em op/mariana, 10% em bh)

domingo, 12 de dezembro de 2010

e adelia prado


















(ou "do que sentirei falta (em belo horizonte)" [3]
detalhe que a entrevista foi em ouro preto, e há algumas referências a divinópolis)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

do que sentirei falta (em belo horizonte) [2]

dos carros rasgando a afonso pena com funk no talo!
(opa, isso não acontece só em bh!)

parte 1:


parte 2:

vamos falar de apócrifos (i)

"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas que eu nunca pensei que iriam me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei para proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos,e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei. 
Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade, tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! 
Mas vivi!
E ainda vivo. 
Não passo pela vida. 
E você também não deveria passar. 
Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, por que o mundo pertence a quem se atreve. 
E a vida é muito para ser insignificante."

Charles Chaplin (?)



nota da Wikiquote:
- Na internet há várias versões do texto acima e até meados de 2008 o autor era desconhecido. Chegou-se a acreditar que este texto tivesse sido inspirado no texto Curriculum Vitae de Felix Coronel (registrado na Biblioteca Nacional e escrito em livro em 2003), entretanto, foi constatada a autoria deste texto que é do poeta brasileiro Augusto Branco o qual não costumava assinar seus textos, dando espaço para que os internautas associassem o texto a Charles Chaplin, mas o poema está registrado na Fundação Biblioteca Nacional com autoria de Augusto Branco.
[Poema: Vida Autor: Augusto Branco (pseudônimo) Número de Registro: 449.877 Livro: 845 Folha: 37]

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

dráuzio varella

"No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas eles não se lembrarão para que servem." 

AS PERERECAS SAPECAS

do que sentirei falta (em belo horizonte) [1]

das conversas acolhedoras com pessoas anônimas:

sábado, 4 de dezembro de 2010

os ursos e os desenhos animados

(urso de cabelo duro, hanna/barbera)

(origem e post completo em DoisUrsos)

vamos falar COM o gerald


http://geraldthomasvideos.blogspot.com
(acervo riquíssimo da Companhia Ópera Seca e do próprio Gerald)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

filosofia informal (i)


Como se sabe o q tem dentro da caixa antes de abri-la?
Chacoalhar? Rasgar? Cortar? Furar? 
- Tudo danifica a caixa!
Nem me venham com papos de rx e o cacete...

Bom foi dessa brisa da caixa q me surgiram outras tantas coisas na minha cabeça. 
Cara! É sempre maior do lado de dentro e por isso nunca, ou melhor, sera dificil alguem entender qualquer coisa obvia pela magnitude do seu esforço em torna-la obvia. Humpf...

é!

Bem... não tô legal - SURPRESA!
Mas estou indo muito bem. Não sei que "bem" alcança o q eu chamo de porra nenhuma acontecendo. Coisas se fundem no meu cerebro e eu não sei o que esperar das coisas que antes me pareciam tão "eternas". Antes eu não tivesse começado com tudo, tivesse certa e não pagasse pra ver, nem ouvir, nem saber, nem ao menos me importar. Mas, não é bem assim q são essas "coisas". E eu fico remoendo por dentro. Haraquiri interno e pessoal. PQP. Não posso ir contra. E odeio ser a favor. As vezes eu qria q a consciencia se calasse.

(freela por Vanska)

(sem título)

só o amor é eterno
se não for eterno, não é amor

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

vamos falar de angelin preljocaj


Air - Mer Du Japon

vamos falar de música contemporânea




banda: metapherma
album: a good five-cent nickel
musica: intro

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

por que as crianças se masturbam?

[Flash 9 is required to listen to audio.]

"Apesar de ser considerada um tabu, a masturbação é comum e muito usada nas etapas do desenvolvimento de uma criança, diz Luciana Saddi, psicanalista e blogueira da Folha.com.
Chupar chupeta ou o dedo para se acalmar também podem ser consideradas formas de masturbação, “porque geram algum tipo de prazer”, explica a especialista.
No áudio, Saddi afirma que a ação diminui a angústia e a ansiedade, além de gerar conforto e conhecimento do corpo."
(fonte: folha.com)

wallacey.info/blog

sábado, 20 de novembro de 2010

people being lonesome together


people being lonesome together

“war is war”
the eraser (and guests)
festival de arte digital, belo horizonte, 2010

wallacey.info/blog

terça-feira, 16 de novembro de 2010

meu gatinho chernobil



oh meu gatinho chernobil
joga lã sempre sozinho
mas precisa de um carinho
meu gatinho chernobil

meu gatinho chernobil
tem um olho a mais na testa
hoje tem festa dentro do reator
meu gatinho chernobil

fica verde quando quer atacar
sente falta de uma usina nuclear
come ração de urânio enriquecido
tem visão de xenônio 135

fica verde quando quer atacar
sente falta de uma usina nuclear
come ração de urânio enriquecido

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

engole ou cospe?

(perdoem-me se ofender algumas pessoas, mas eu digo que, mesmo parecendo vulgar, é um sinal da contemporaneidade)



[errata: vídeo substituído]

wallacey.info/blog

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Net Generation likes this


[trechos selecionados de artigo da Erika Palomino]
(…) de certa forma a perda progressiva das utopias, a falência múltipla das ideologias e a velocidade estúpida das tecnologias envelheceram nossos radicais livres. Quem vem chegando depois só não tem pressa porque não entende e nem quer entender os três tópicos citados neste parágrafo. E por puro déficit de atenção.
(…) Quando Andy Warhol morreu, encontraram em seu apartamento dezenas de sacolas de lojas e de compras fechadas, com as coisas dentro, intactas. A emoção versus o banal, constante na obra do artista que refletiu, também, a natureza consumista da sociedade americana e sinalizava, desde ali, a rapidez que tudo ganharia.
Nostalgia é saudade do passado. Frenéticos, olhamos pra frente, com tempo apenas de ver no Facebook as fotos da última festa. All tomorrow’s parties, já cantarolava naqueles tempos a bafônica turma de Warhol.
(…) uma saudade da qual a gente esqueceu. Talvez mais: que a gente nem sabia que tinha. Quando love era diferente de like. Quando emoção não era emoticon. Quando as vidas eram vividas nas ruas, e não em interfaces, plataformas, mídias e telas de todos os tipos.
Agora é assim.
<3 <3 <3 (h)

sábado, 16 de outubro de 2010

one night in paris




Eu me chamo Andrea e moro no 16ème. Sou quase feliz.

Ao que parece, tenho tudo: sou jovem, bonito, rico; populações inteiras devem sonhar em ser eu. Ou quase. Sou jovem, bonito, rico e lúcido. E este é o detalhe que põe tudo a perder.

Minha vida é só luxo, calma e volúpia; tenho um apê de seis milhões, um carro dos sonhos (pelo menos dos sonhos de vocês) e mais roupas que Madonna, tenho pinturas dos grandes mestres, dois mil CDs e um American Express Platinum, pratico esporte no Ritz e nunca janto na minha casa.

Tenho 22 anos.

Moro na Foch Avenue, em duzentos metros quadrados de assoalho, sancas, lareiras e uma lindíssima sala de
banhos; nas paredes, os quadros já mencionados dos velhos mestres, mais um desenho de Warhol, que eu mesmo comprei num leilão, e pinturas geniais de artistas malditos; nos tetos, lustres de cristal, as únicas sobras do palácio na Toscaria que durante quatrocentos anos abrigou minha família.

Derrubei algumas paredes para fazer uma sala imensa onde estão largados um pouco soltos, como que
abandonados, um piano de cauda, uma mesa de jantar knoll, uma televisão Bang e Olufsen, uns sofás, umas
poltronas, mesas de centro de Conran e cinzeiros de Colette. Numa outra sala: uma cama kingsize, espelhos murais, uma foto noturna de Nova York e uma jacuzzi toda de vidro. Ando num Porsche GT3 com a placa 750NLY75, mando fazer os meus sapatos sob medida no Berlutti, só ando com jeans assinados e, faça sol ou chuva, não saio de casa sem os meus ray-ban dos anos 70, sempre uso gel nos cabelos.

Sou um artista e a minha obra sou Eu.

("Hell" - Lolita Pille)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

La virtuosité martiale de l'Apocalypse selon Preljocaj

Une scène du ballet d'Angelin Preljocaj, "Suivront mille ans de calme" lors de sa présentation à Moscou, le 13 septembre 2010.
AFP/DMITRY KOSTYUKOV
Une scène du ballet d'Angelin Preljocaj, "Suivront mille ans de calme" lors de sa présentation à Moscou, le 13 septembre 2010.
Des drapeaux et des agneaux. Des cris de guerre et des bêlements. La fin du spectacleSuivront mille ans de calme chorégraphié par Angelin Preljocaj ose l'imagerie biblique de paix et signe son titre. Enfin. Les héros de cette fresque d'une heure quarante, inspirée par l'Apocalypsede saint Jean, n'auront pas volé leur repos. Matraquage lumineux, musique électro (par le DJLaurent Garnier), tableaux roboratifs, Preljocaj ne donne aucune issue à sa pièce, sauf celle de danser à mort.
Après l'Apocalypse flamenco d'Israel Galvan, plus tremblée, la vision de Preljocaj, interprétée par dix danseurs de sa compagnie et dix autres du Théâtre du Bolchoï de Moscou, tombe d'un bloc. Quadrillage de plateau permanent pour une chorégraphie éruptive qui pose le plus souvent les danseurs, seuls ou en duo, dans une petite surface vite saturée de mouvements. Le trait est ferme, dur même. Aucune fragilité en dépit d'un vocabulaire neuf et diversifié. Autant l'inspiration gestuelle est incisive, quitte d'ailleurs à s'annuler à force d'en rajouter, autant l'écriture manque d'élan. Même si l'on peut attribuer au thème l'absence d'air, l'asphyxie menace ce qui ressemble parfois à une forteresse chorégraphique. L'esthétique "clippée", chapitre après chapitre, accentue la fermeture de la pièce heureusement scandée par des duos. Le plus saisissant met aux prises un homme et une femme dont les étreintes glissent et claquent contre des parois en métal (scénographie de l'Indien Subodh Gupta). Est-ce le sujet, les catastrophes écologiques actuelles, la rencontre avec la technique classique russe, qui cadenassent autant le propos ? L'Apocalypseselon Preljocaj assène une virtuosité martiale.


"Suivront mille ans de calme", d'Angelin Preljocaj. Théâtre national de Chaillot, Paris 16e. Jusqu'au 22 octobre. 20 h 30. Dimanche, 15 h 30. Tél. : 01-53-65-30-00. De 11 à 32 €. Sur le Web : Theatre-chaillot.fr.

Rosita Boisseau
[http://www.lemonde.fr/culture/article/2010/10/06/la-virtuosite-martiale-de-l-apocalypse-selon-preljocaj_1421101_3246.html]

domingo, 3 de outubro de 2010

Não frutifique ódios. Fluidifique os pódios!


É tão bom não ter: Título de Eleitor, CPF, Identidade Nacional:)
É tão bom ter: Igualdade completa. Identidade Cultural.
A junção das duas palavras produz o sentido de saber se reconhecer.
Amo essa influencia: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade mundial, orientação sexual, crença religiosa e etnia.
Sou LIVRE e principalmente LEVE....


*Marcinha Rosso


[de uma nova amiga no Facebook ^^]



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

vamos falar de teatro, artes plásticas, dança, performance, música, literatura, ...

"Acho que o hábito de se falar merda antes de entrar em cena está ligado ao fato de que o trabalho é meio sujo, temos que lidar com a antivaidade. Se você entrar no palco querendo parecer chique não conseguirá relaxar e fazer o tem que fazer. Para quem está em cena, vergonha pouca é bobagem! Para mim a expressão vem de 'cagada', que significa sorte."

(Marisa Orth, via TPM)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Travalengua

Madre, notable, sipilitrable
¿voy al campo, blanco, tranco,
sipilitranco,
por una liebre, tiebre, notiebre,
sipilitiebre?
Hijo mio, trijo, sipilitrijo,
ve al campo, blanco, tranco,
sipilitranco,
por una liebre, tiebre, notiebre,
sipilitiebre.
Madre notable, sipilitable,
aquí está la liebre, tiebre,
notiebre, sipilitiebre
que cogí en el campo, blanco,
tranco, sipilitranco.
Hijo mio, trijo, sipilitrijo,
ve a la casa de la vecina,
trina, sipilitrina,
a ver si tiene una olla, orolla,
otrolla, sipilitrolla,
para guisar la liebre, tiebre,
notiebre sipilitiebre.
Vecina, trina, sipilitrina,
dice mi madre notable,
sipilitabre,
si no tiene olla, orolla, otrolla,
sipiritrolla,
para guisar la liebre, tiebre,
notiebre, sipilitiebre
que cogí en el campo, blanco,
tranco, sipilitranco.
Hijo mio,
trijo,
sipilitrijo,
Dile a tu
madre,
notable,
sipilitrabe
que no
tengo una
olla, otrolla,
sipilitrolla
para guisar
la liebre,
tiebre,
notiebre,
sipilitiebre
que cogiste en el campo, blanco,
tranco, sipilitranco.
Madre notable, sipilitrable,
dice la vecina, trina, sipilitrina
que no tiene una olla, otrolla,
sipilitrolla,
para guisar la liebre, tiebre,
notiebre, sipilitriebe
que cogí en
el campo,
blanco,
sipilitranco.
Pues hijo,
mio, trijo,
sipirilitrijo,
toma la liebre, tiebre, notiebre,
sipilitriebre,
y llevala al campo, blanco, tranco,
sipiritranco.
(Trabalenguas popular de España - conoci adaptado por alicia barberis)
www.albeos.org/?Madre-notable-sipilitrable

domingo, 1 de agosto de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Japanoise

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Uma Galinha

(Clarice Lispector)

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

sábado, 10 de julho de 2010

Monja Coen

Entrevista a Adriana Fricelli

Afinal, qual o segredo da felicidade?
Estar presente e inteira no instante, apreciando a vida. Ser capaz de transformar cada obstáculo em um portal. Cultivar a mente feliz, mente de contentamento, mente pura e iluminada. a mente que não sabe, capaz de ser flexível, hábil para aprender e responder conforme as circunstâncias.
Desenvolver a capacidade de compreensão superior - prajna - sabedoria suprema, a fim de compreender e atuar no mundo de forma adequada e eficiente. Segredo da felicidade? Ser, interser. Apreciar a vida, sua própria vida.

A sociedade nos cobra a perfeição: devemos ser pais exemplares, amantes e profissionais bem-sucedidos; no caso dos filhos, ótimos alunos e jovens descolados, etc. Para a grande maioria, ser imperfeito é sinônimo de fracasso?
Não há nada perfeito neste mundo. Apreciar a imperfeição é uma arte. Nada está fixo ou permanente - tudo se desgasta, tudo se transforma. Saúde em doença, sucesso em perda. Ou doença pode ser curada e o fracasso pode se tornar um ganho. Permanece apenas a mente de Nirvana, a mente de tranquilidade advinda da sabedoria das pessoas que praticam e procuram pela verdade e pelo caminho. E esse caminho nos mostra que nada jamais se completa absolutamente. Todo o universo, hoje chamado de multiverso, está em constante estado de formação, manutenção e destruição. Ao observarmos, seja o que for, profundamente,
poderemos perceber imperfeições: mesmo no rosto mais belo, na mente mais ágil, no melhor aluno, no bem sucedido profissional, nos pais exemplares. Mas isso não impede que façamos o nosso melhor em cada instante perene e eterno.

A busca incessante pela perfeição leva à frustração? O que pode provocar no organismo?
Buscar a perfeição é perceber a imperfeição e saber apreciar o que falta, apreciar o que ainda não foi possível assessar e continuar tentando. Não há ponto final. Há a incessante procura, o encontro.
O encontro que é a procura. O que prejudica o organismo é a obsessão, as irritabilidades, a incapacidade de vivenciar a beleza do instante, de estar presente, de ser em plenitude. Cuidado! Não exija nem de si nem dos outros mais do que podem dar no momento. A mente flexível, bondosa, amorosa, inclui e cuida ternamente - de si mesma e dos outros. Quem sabe você possa perceber a perfeição na imperfeição.

Quais recomendações daria a estas pessoas? Como elas podem buscar o equilíbrio por meio de atitudes simples? Como trazer isto para dentro de casa?
O mais simples pode ser o mais difícil de se obter. A mente humana é maravilhosa e estranha. Pode criar o céu ou o inferno - e tudo que há entre ambos. 
Sugestões simples: livre-se do que for desnecessário. Mantenha o mínimo de adornos na casa, em você. Uma única flor é mais apreciável do que uma dúzia delas. Escolha bem. Pouco pode ser mais. É importante saber fazer escolhas. Também é importante saber não escolher e apreciar o que é, assim como é. Procure a qualidade essencial das pessoas ou dos objetos e esqueça das hierarquias mundanas. Use, consuma, o que for mais natural para o local do planeta em que estiver vivendo. Simplicidade no vestir, no comer, no falar, no andar, no ser. Não queira impressionar ou se mostrar a ninguém. Porém impressione e mostre ao ser coerente e sensível, suave e profunda, naturalmente livre e responsável. Nem tudo pode ser revelado completamente. O mistério intriga e surpreende. Apague a luz ao sair da sala, feche a torneira quando estiver se ensaboando, ouça os sons que você faz ao andar, comer, sentar, dormir, escovar os dentes, abrir e fechar as portas. Seja quase invisível, caminhe sem deixar traços, pegadas. Separe o lixo, preste atenção que muito lixo pode ser reutilizado - recicle. Recicle seus pensamentos, seus hábitos. Fale com moderação. pense antes de falar. Procure criar harmonia entre as pessoas, invés de querer ganhar as discussões. Não fale à toa. reaprenda a dialogar.Perceba a beleza da luz que entra pela janela, a delicadeza na folha nascendo na 
árvore, o som do pássaro mesclado com os carros. Ouça mais, atreva-se mais, viva mais.

O que prega o budismo?
Não fazer o mal. Fazer o bem. Fazer o bem a todos os seres.

Já ouviu falar em wabi sabi? Se sim, qual a sua opinião sobre isso?
Wabi sabi é a capacidade de perceber a beleza das coisas imperfeitas, impermanentes e incompletas. É a beleza das coisas modestas e simples. É a beleza não convencional. Wabisabi tem sido associado com a cerimônia do chá, com a arte japonesa e com o zen budismo. Alguns consideram que seja a estética Zen. Não é nada muito definível. Algo misterioso e inefável, que talvez nunca possa ser completamente realizado. É percebido, sentido, pressentido. A lua cheia coberta por suaves nuvens é considerada mais bela do que a lua cheia num céu aberto. O galho torto se torna belo e o galho reto pode ser descartado. Wabi sabi é uma maneira de ver o mundo, de viver. Talvez de forma mais simples e natural. Perceber sutilezas e apreciar a simplicidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vamos falar de blogs estrangeiros (I)



(...)

Se eu ainda estivesse andando com peito e bunda, você estaria desconfortável. Você poderia considerar a minha sexualidade explícita um tipo de ameaça. Paquera, ou apenas ser beeem feminina (e sexy pra matar) seria considerada uma forma de ostentação, provocação, e pode enchê-lo com diferentes medidas de misoginia, raiva, medo e ansiedade. Você poderia ser confundido sua sexualidade e a minha, talvez a partir de um acontecimento da infância ou de algo desconhecido para você.

Agora que estou em segurança instalada em minha cadeira e dormente da cintura para baixo, você vai me perceber como assexuada, sem genitália, e não ameaçadora. Você está interessado em me olhar para imagens e vídeos sobre a minha atividade diária, que na maioria das vezes é como ver tinta secar. Sair da cama. Vestir-se. Entrar e sair do sofá. Alguns de vocês querem que eu propositadamente cair da cadeira e rastejar, trabalhando acima de um suor tentando me levantar. Você não quer ver peitos, bunda, ou pelinhos, e se você fizer isso será coberto até ao fim pelo erotismo leve da Victoria's Secret, bem casto. Você deseja ver as minhas pernas, ou "pernas mortas", como lhes chama, então eu tenho que acho que talvez um trauma associado com o Mágico de Oz? Quem sabe. Minha cadeira, em sua mente, tem me transformou em uma sereia presa na terra com uma vulva de Barbie, uma sereia sem sexo com uma barbatana inútil. Novamente, não posso julgar ou compreender verdadeiramente nada disso, mas eu sei que a gente nunca vai fazer sexo: você não iria achá-lo agradável. E nem eu.

(Sarah May Scott, em http://maydayprdx.blogspot.com)

---
e, desde hoje, assumi publicamente minha assexualidade.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

manutenção dos servidores


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terça-feira, 29 de junho de 2010

nobody knows i'm a lesbian

foto de girlssskissgirls em 29/06/10

(via http://www.fotolog.com.br/girlssskissgirls)

29/06/10

A Pessoa errada

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, Fala as coisas certas, Faz as coisas certas, Mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira

A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que Ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada.

Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução...

terça-feira, 22 de junho de 2010

autoaplicação de autoajuda em oito lições fáceis (i)

  1. estamos no mundo para sermos felizes
  2. também, neste estado, compartilhar esta felicidade e fazer as outras pessoas assim
  3. a fotografia (dentro da arte em geral) é a emoção transformada em pixels (ou em papel e tinta, ou em filme e fixador, se for a foto analógica)
  4. a tinta (e mesmo o obturador) da fotografia é a água, e o papel (ou o filme) é a terra
  5. a foto digital (pela facilidade de registro e publicacao) seria a água e a foto analógica (com filme e papel revelado), a terra
  6. o amor passageiro é como a agua, o amor que dura eh como a terra. n q um exista sem o outro, as vezes vc precisa amar a pessoa das duas formas (manter e reinventar o amor)
  7. a felicidade é o encontro da água com a terra
  8. o segredo do amor perfeito é de não ser tão fluido quanto a água nem tão estático quanto a terra
p.s.: tudo acabará bem

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A terceira margem do rio

Guimarães Rosa

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

sou do tempo

sou do tempo em que...
a /marimoon era flogger
(e o /orgasticdesire também, além de figurinha do atari club)


a @twittess era apenas @twittess (sem script)

o msn (hoje é windows live messenger) competia com o icq, nao havia nem google talk, nem facebook msgr, nem skype
(alias, ja havia telefone na internet, eu recebi um cd com meu primeiro computador chamado net2phone... hoje ninguem ouve falar)

houve o fim do netscape (quando bill gates dominou geral com o internet explorer)


o mozilla firefox comecou a ameacar o internet explorer (e, dizem alguns, em que o google chrome ameaca o firefox)

nao sou do tempo do napster, mas comecei usando o audiogalaxy (avô do avô do kazaa), depois kazaa, depois shareaza, depois emule, depois soulseek e torrent (ate hoje)... ate descobrir o discografias e os blogs rs

as ondas eram frequentes: as que pegaram: blogspot/wordpress, fotolog, youtube, orkut, twitter, facebook, ...
as que nao pegaram: second life, google wave, ...

se recebia convites: recebi um convite de orkut há pelo menos uns 4 anos ou mais...outro de gmail... um do novo orkut ano passado (uma semana depois da abertura oficial...)
(tem tambem o beautiful people, mas esse não comento)

depois de enjoar da internet social, fazia-se orkuticidios: cometi uns 4 ate me dar conta de que so teria contato com algumas pessoas via orkut

os webmails eram frequentes, e estranhos (zip.net, bol.com.br, zzn.com, seunome.com.br): meu primeiro email foi aos 18 (no fim do ensino medio, nao tinha computador em casa e fui ter internet banda larga quando comecei a trabalhar), desde entao provavelmente fiz uns 15 a 20 emails (e utilizo, atualmente uns 3)

a conexao discada era regra: alias, antes era tudo com conexao discada: madrugadas a fio, noites mal dormidas, downloads quilometricos (conheco uma amiga que foi baixar um filme da angelina jolie por UM MES INTEIRO!), depois conexao banda larga, depois 3G (hoje raramente wifi, dependendo do lugar e do aparelhinho a mao)
- nao, velocidade nao mudou muito...


a imprensa não dava bola a internet (hoje a internet não da bola a imprensa)


ter contato com um artista se resumia a acompanhar a pagina oficial (e o a pagina oficial do faclube), mandar email, fazer uma pagina em homenagem a ele... hoje voce recebe um reply dele e sai feliz da vida!


sexo virtual era algo restrito a texto e mais texto... (alguem ja viu o negroponte falando em "dildonics"?... som e imagem hoje em dia são mais comuns nos messengers que desenho dos jetsons)


as imagens não atravessavam o planeta na velocidade da luz... e mesmo contra a vontade d@ don@ dela (principalmente depois dos celulares e das webcams)
- e esqueceu-se da carta, das polaroids, dos cinemas (3D?), e passou-se a dar mais atenção no aqui-e-agora via celular, via orkut/facebook/twitter/..., via email (como se fosse um convite de casamento entregue na caixinha do correio)...


videoarte era restrita a telas de tubo, arte avançada tinha mais cara de museu do computador... hoje o Tate montará uma exposição com computadores portáteis sensíveis ao toque (os tablets), modelo iPad


enfim... sou do tempo em que ficava rabiscando essas ideias, e nao fazendo rascunho direto no notebook
(embora os rascunhos se perdessem tao facilmente...)


[to be continued]

sábado, 29 de maio de 2010

intervalo

'a arte era complicada, ela precisava de talento e investimentos. a arte era uma busca perdida. ela implicava sofrimento, raiva, ódio. ela implicava artistas, essa raça maldita. no século passado, os artistas quebravam tudo nos quartos de hotel e se suicidavam por razões obscuras. no século anterior, eles se automutilavam. eles estavam sempre metendo o bedelho no negócio dos outros, a política, por exemplo. eles tomavam drogas. os artistas eram uns criadores de caso. a gente não podia fazer nada a respeito: era o que fazia deles artistas que fazia que fossem criadores de caso.

a gente tinha de aguentá-los, tolerá-los, elogiá-los, consolá-los e lidar com eles, eles eram o tempo todo 'incertos', depois de três resultados infelizes, eles não conseguiam fazer mais nada, as mulheres deles se mandavam, a gente tinha de ir atrás delas etc. e, se pelo menos eles mostrassem realmente quanto valem, se uma vez lançados, lançados para sempre, uma vez lucrativos, lucrativos para sempre? mas os artistas não se satisfaziam somente em ser criadores de caso, eles também eram irregulares. o gênio às vezes se esgota, e, uma vez esgotado, o público o renega. o público renega, não entende por que, reclama, manifesta sua decepção boicotando os discos, e acaba indo procurar em outro lugar.

a gente não habitua impunemente o público com qualidade. quando a qualidade decai: o público se manda. e o gênio incompreendido se vinga no mobiliário da sua suíte, e isto custa caro, e não adianta nada. e ainda é preciso que ele tenha gênio. eles não andam dando sopa na rua, os gênios, sobretudo ultimamente.

e o gênio, ou digamos o talento, nunca teve o mérito de agradar todo mundo, ele rima com crítica, controvérsia, até rejeição. a arte é subjetiva, a merda, universal.'

(lolita pille 'bubble gum' editora intrinseca)

terça-feira, 25 de maio de 2010

letreiro digital


A recente explosão mundial dessa modalidade de flerte motivou um grupo de sociólogos suecos da Universidade de Estocolmo a abordá-la como objeto de estudo. Os pesquisadores decidiram analisar um site sueco, o pussokram.com (que se traduz como ’beijo e abraço’). Os resultados foram publicados em maio na revista Social Networks.

Para entender como o pussokram funciona, o sociólogo Petter Holme e seus colegas se juntaram à comunidade com o pseudônimo ’milk monkey’ (’macaco de leite’, em tradução livre) e, sem o conhecimento dos outros membros, eles examinaram como os usuários estabelecem contatos. "Como não queria chamar atenção ou interferir, escolhi um nome bobo e adicionei características entediantes ao meu perfil", disse Holme à CH-Online . "Funcionou: não recebi nenhum contato, mas também não tentei fazer nenhum."

O intuito dos pesquisadores, no entanto, era sobretudo investigar, anonimamente, o banco de dados do site (que chegou a cerca de 30 mil usuários), inclusive a freqüência com que os participantes se comunicavam. Após 17 meses de coleta de dados, o estudo constatou que o tempo médio de duração de um relacionamento no pussokram é de quatro meses.

"Fiquei um pouco surpreso que dure tanto tempo. Isso sugere que os usuários estão satisfeitos com seus contatos", comenta Holme. A maior parte dos usuários são adolescentes e jovens (com média de 21 anos de idade), sendo 70% mulheres. "Não sei qual é a causa para esse percentual, mas esse valor mostra que elas querem que mais homens se juntem à comunidade", brinca o sociólogo.

Os pesquisadores observaram quatro caminhos para obter contato: os membros podem participar de chats, conversar por e-mail, declarar seu amor anonimamente ou num livro aberto de visitas. Quanto às táticas de conquista, Holme verificou que obtêm mais sucesso usuários que respondem mensagens mais rapidamente que outros.

O sociólogo afirma que é difícil determinar se uma pessoa com uma vasta rede de relações no pussokram é, no mundo ’real’, popular, se tem muitos amigos ou exerce mais influência sobre os outros. Como os pesquisadores não tiveram acesso às mensagens trocadas entre os usuários, não foi possível identificar elementos que permitam avaliar as relações amorosas on-line ou caracterizar fenômenos como a traição nesse contexto. Apesar disso, Holme pretende estudar esses pontos no futuro.

A análise também revelou uma intrigante diferença entre o romance na vida real e na internet. Numa situação de amizade e flerte ’normal’, as pessoas tendem a procurar parceiros que se encaixem em seus tipos pré-determinados: parecido com estrelas do cinema, com o popular da turma ou o amigo carinhoso. Já no pussokram, pessoas bem conectadas são menos seletivas. "Isso pode ser porque as pessoas sentem-se mais livres para se relacionar com tipos diferentes de parceiros românticos quando estão anônimas e para agir de maneira diferente da de costume", sugere Holme. "Há menos ressentimento se o contato não for correspondido."

Renata Moehlecke
Ciência Hoje On-line
19/05/04

terça-feira, 11 de maio de 2010

musica do programa de tv fica comigo

(ninguém reparou, nem irá reparar)

bff from jaka8xdrak1 on Vimeo.

domingo, 9 de maio de 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

[repórter] qual é a parte de cima, e qual a parte de baixo?

[restauradoras do mac/usp] (risos)

#RIALTO!

(Gerhard Richter, “Claudius”, 1986, Öl auf Leinwand, 311 x 406 cm, Sammlung Landesbank Baden-Württemberg, © Gerhard Richter.

sábado, 24 de abril de 2010

da infotografabilidade das coisas



"É só você começar a dizer a respeito de alguma coisa : ‘Ah, que bonito, tinha era de tirar uma foto!’, e já está no terreno de quem pensa que tudo o que não é fotografado é perdido, que é como se não estivesse existido, e que então para viver de verdade é preciso fotografar o mais que se possa, e para fotografar o mais que se possa é preciso: ou viver de um modo mais fotografável possível, ou então considerar fotografáveis todos os momentos da própria vida. O primeiro caminho leva à estupidez, o segundo à loucura."

Italo Calvino, os amores difíceis [a aventura de um fotógrafo]

roubado daqui

[e daqui, N.E.]

segunda-feira, 22 de março de 2010

enquanto desenhava ouvia essa #post100

"eu tava so... sozinho! mais solitário que um paulistano"


domingo, 21 de março de 2010

Brain machine

O mar se acaricia em continuação.
Georges Bataille (1993b, p. 15)

 

No início dos anos 1990, Andy era um estudante muito alto e magro, porém, fundamentalmente, trajava-se de modo diferente dos outros: brincava com os códigos dos Beatles. Havia transcorrido aquela quantidade de tempo, de modo que aquele estilo tinha se tornado style e, portanto citável, desmontável, trajável. Andy tinha viajado muito (Londres e Índia) e tinha voltado para a Itália trazendo a brain machine: uns óculos esquisitos nunca vistos antes. Decidi fazer uma experiência em sala de aula. Solicitei um voluntário para experimentar esse novo meio, depois de Andy tê-lo apresentado de modo genérico. Levantou-se um estudante muito "normal" e bastante inquieto. Colocou os óculos, Andy selecionou para ele uma música psicodélica e ficou sentado ao lado de minha mesa cerca de vinte minutos, enquanto eu dava aula. Acabado o tempo, Andy, que tinha ficado perto dele, tirou-lhe os óculos e - diante da enorme turma de estudantes curiosíssimos, todos de pé - fugiu correndo em direção à saída, deixando todos estupefatos e a mim bastante preocupado.
Na semana seguinte, decidimos liberar a experiência em minha sala particular. Abrimos as listas dos inscritos e, em breve, chegamos a mais de cem pessoas. Com turnos de vinte minutos cada e dois óculos à disposição, preparei as listas semanais. Assim, enquanto eu discutia teses ou programas, dois estudantes de cada vez, sempre observados por Andy, ficavam sentados com os óculos, a fim de depois contar sua experiência, para, digamos, uma pequena pesquisa. Foi um grande sucesso.
Os óculos deviam ser colocados com os óculos rigorosamente fechados, pois eram óculos cegos, de fundo preto, atravessados por linhas vermelho-elétricas, cujo grau variava de acordo com o tipo de freqüência sintonizada de um programa, ao qual se acrescentavam paisagens sonoras semelhantes ao tipo de freqüência dos fones de ouvido. Havia então um estímulo ocular e sonoro que entrava diretamente na cabeça. Aliás, no cérebro (brain). Esses óculos eram vendidos normalmente nos Estados Unidos, numa linha entre o alternativo hippy, o new age e o nascente tecnológico, todos conectados com as smart drugs. Com estas, define-se, de fato, um tipo de estímulo natural, não químico, para modificar a percepção normal, de forma muito soft, sem dar uma real alteração como ocorre com as substâncias sintéticas, mas somente cargas energéticas (como o guaraná brasileiro).
A partir disso, em todos os centros sociais, Andy organizava salas "smart" nas quais, deitados em colchões ou cobertas, jovens x-terminados olhavam e ouviam freqüências visuais e sonoras, Smart. O efeito era mais inquietante para quem os observava - assim x-terminados nas percepções e deitados nas posições - do que para quem usava os óculos. Como foi dito, as brain machines eram mais relaxantes do que alterantes, utilizáveis nas salas chill, que serviam para resfriar as percepções entre um banho techno fervente e as batidas de fundição do industrial.
Contudo, como todo o resto, as brain machines não duraram muito tempo, e Andy não foi mais visto e nem terminou o curso.
Brain machine pode ser lida também como uma máquina que produz cérebro, desenvolve inteligência, acaricia as percepções: é nesse sentido que a citação inicial de Georges Battaille pode ser lida. O movimento ondulatório do mar é percebido (por um grande antecipador do eXtremo como uma automassagem erótica, incansável e sem pausas, obsessiva. Donde marinhas semelhantes a ondas mecânicas: o cérebro acariciado como o mar-máquina...

 

(CANEVACCI, Massimo, "Culturas eXtremas: mutações juvenis nos corpos das metrópoles", tradução de Alba Omni. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, pp 136-138)

 

via web from @autista