sábado, 15 de janeiro de 2011

plástico



Então não importa quantas pessoas morreram na enchente da semana passada. Elas já são pessoas mortas e, coitadas, assim devia ser. Ninguém pensa que a criança que dormia enquanto morria soterrada era, pela primeira e última vez no mundo, ela. Aquela criança não vai voltar. Dela restou o olhar, que é da mãe, os pés chatos, que são do pai, e um irmãozinho que tem a mesma pinta de nascença da coxa.
(Fernanda Young)

2 comentários:

  1. Muito bom, o todo: o texto, a imagem, o titulo. As vezes sinto falta de vc também escrever, abraços(!)

    ResponderExcluir
  2. eu tambem sinto antonio, e me cobro pra escrever em blogs.
    e pensar que no ensino medio eu conseguia escrever textos de forma tao espontanea.
    acho que regredi ao grunhido como diria saramago rs.

    ResponderExcluir