terça-feira, 25 de outubro de 2011
Dança-teatro: o corpo é texto
[publicado em http://poeticasdocorpo.wordpress.com/2010/06/13/96/]
Dança-teatro? Teatro coreografado?
Dança-teatro, dança com teatro, dança que engloba elementos do teatro. A necessidade de se entender a dramaturgia do corpo existe desde que o homem começou a dançar e expressar sentimentos usando o corpo. O teatro e a dança sempre se relacionaram. No século 19, por exemplo, os chamados balés de repertório contavam suas lendas e contos de fadas lançando mão de linhas de roteiro. Quando somente a dança não resolvia a situação dramática, recorria-se à pantomima e à mímica, técnicas tipicamente teatrais. Por outro lado, no século 20, é fato que algo realmente novo ocorreu dentro dessa relação.
A dança procurou o seu moderno de maneira metalinguística, por assim dizer. Dançar para falar de dança. As técnicas e as composições evidenciavam o lugar do corpo no espaço, criavam passos, deixando de fora a teatralidade até então habitual. Porém, a partir da segunda metade deste século, a vanguarda mais uma vez devorou a si mesma e, como nos movimentos do pêndulo de um relógio, a dança voltou a tocar o teatro. Segundo a crítica de dança Helena Katz: “Surgiram pessoas que começaram a trabalhar nas intersecções entre dança e teatro de variadas maneiras: contando histórias e partindo de textos. Porém, trazendo para o corpo uma dramaticidade específica da dança, e não do teatro”.
Atualmente o debate gira em torno de como ocorre o hibridismo entre dança e teatro. Estes trabalhos corporais que se preocupam em discutir as formas de contaminação presentes no mundo fazem parte da chamada dança contemporânea. E, por ser tão vibrante e nova, os trabalhos que misturam as linguagens corporais estão afeitos a muita experimentação. Aliás, experimentar é uma das palavras-chaves da dança contemporânea.
(Baseada em matéria divulgada pela revista SESC/São Paulo. O Corpo é Texto?. Revista Sesc/São Paulo – outubro, 2000, n. 3, ano7, mensal. www.conexaodanca.art.br)
No vídeo, o espetáculo May b, de Maguy Marin, uma das precursoras da Dança-Teatro e da Nova Dança.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Si tú me olvidas
Quiero que sepas
una cosa.
Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.
Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.
Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.
Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.
(Pablo Neruda)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
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